HISTÓRIA do NZO


::: NZO MUSAMBU HONGOLO MENHA :::
- Casa do Arco Íris -


Xenu jami jipange, axikani anga makamba!
(Olá meus irmãos, irmãs e amigos!)



Para falarmos da História do Nzo Musambu Hongolo Menha, relataremos a caminhada espiritual de sua Sacerdotisa Nengua Dia Nkisi Dango Hongolo Menha (Mãe Dango de Hongolo - Eunice de Souza). 

Foi criada em Belo Horizonte - MG, no seio de uma família negra. É descendente dos escravos que chegaram no último navio negreiro a aportar na Bahia. Seu avô foi João Pereira de Souza, também mineiro de São João Del Rei, onde a família adotou o sobrenome de origem portuguesa (de Souza) pertencente aos senhores da fazenda onde trabalhavam. Seu pai, Antonio de Souza, trazia consigo as tradições africanas, o conhecimento das ervas e das curas, sendo conhecido como "Banzu", que significa "O Grande Pássaro Negro". 

Através da Madrinha Maria Santos de Lima, dirigente da Tenda Espírita de Umbanda Caboclo Boiadeiro Sete Flechas, ingressou na Umbanda, casa a qual futuramente viria a ser dirigente, direito outorgado pela própria Madrinha Maria Santos de Lima; e que em 1978, altera-se o nome para Tenda de Umbanda Cabocla Jurema de Tawamin.

Após alguns anos e já estabelecida no Jardim Novo Angulo, em 1984, Mãe Eunice iniciou-se no candomblé, tornando-se então, Mãe Dango de Hongolo, filha de Mam'etu Munukaia de Kafundeji, de Mongaguá - SP, cujas raízes são do candomblé de Nação Angola de Joãozinho da Goméia, sendo Munukaia neta do mesmo. Desde então, foram vários anos de dedicação à tradição dos Nkisis, dentro e fora do terreiro, participando de vários rituais do Candomblé e lutando pelo seu reconhecimento na sociedade, chegando então a Mam’etu Dia Nkisi Dango Hongolo, tornando-se conhecida pelo seu trabalho e pela luta e defesa dos direitos dos negros. 

Então podemos dizer que, o Nzo Musambu Hongolo Menha foi fundado em 18/ 04/1978 e se chamava Tenda de Umbanda Cabocla Jurema de Tawamin, logo depois Ilê Axe Oxumaré até o nome atual Nzo Musambu Hongolo Menha.

Com o falecimento de sua  Mam'etu, Munukaia de Kafundeji, Mam'etu Dango encaminhou-se para a inzo de sua Tia-Avô Mam'etu  Tundaceli, (raiz da saudosa Mam'etu Sambadiamongo); Tundaceli foi quem tirou a Maku-ia-Nvumbi (mão do morto) de Mam’etu Dango; com isso, está estabelecido ao Nzo Musambu Hongolo Menha à raiz do BATE-FOLHA (Mansu Bandukenke- Salvador/ BA).  

Assim nasceu a "NZO MUSAMBU HONGOLO MENHA" - Casa do Arco Íris, 
que, pela iniciação por parte de Mam'etu Munukaia de Kafundeji, traz a raiz de Joãozinho da Goméia (Angola), e mantém a tradição do Kongo-Angola, por parte de Mam'etu  Tundaceli (Bate-Folha/Salvador). E hoje, Mãe Dango já detem o cargo de "Nengua dia Nkisi Dangoromeia".


 


NDANJI (raiz) NZO MUSAMBU HONGOLO MENHA:::
GOMÉIA -Tata Londirá 
Joãozinho da Goméia


(Tata Londira, Mam'etu Menakenã, Mam'etu Munukaia, Mam'etu Dango)  


Tata Londira - Rei do Candomblé

João Alves de Torres Filho ou Joãozinho da Goméia, também conhecido por Tata Londirá,
era sacerdote do Candomblé de caboclo (Angola), nasceu em 27 de Março de 1914, na Bahia e morreu em 19 de Março de 1971 em São Paulo.

Foi pela cabeça que os orixás trouxeram o menino João Alves Torres Filho para o mundo do candomblé. Aos 10 anos, o garoto nascido em 1914, na cidade de Inhambupe em Salvador, já havia dado mostras de sua personalidade forte. Contra a vontade dos pais, deixou a casa da família para tentar a sorte na capital. Teve que se virar para sobreviver, mas contou com o apoio de uma senhora que morava na Liberdade, e que ele considerava sua madrinha. Foi essa senhora quem teve a idéia de levá-lo ao terreiro de Severiano Manuel de Abreu, conhecido como Jubiabá. Joãozinho sofria de fortes dores de cabeça, que não eram explicadas, nem curadas pelos médicos. Bastou que ele fosse "feito" no candomblé, para que as dores fossem embora. Elas seriam somente um aviso dos orixás, que cobravam a iniciação do menino.

Jovem Pai-de-Santo
Dona Maria José foi uma das primeiras filhas-de-santo do jovem Joãozinho da Goméia. Ele mal havia saído da adolescência quando fundou seu primeiro terreiro, num lugar chamado Ladeira de Pedra, no auge da repressão oficial aos terreiros de candomblé. "A polícia perseguia ele, mas tinha o doutor Matos, um delegado que protegia", lembra dona Maria José. Mais tarde, Joãozinho conseguiu arrendar um terreno na Rua da Goméia, em São Caetano, Bahia.
Naquele local, que ficaria incorporado para sempre ao seu nome, ele trilhou os primeiros passos da fama. Ao mesmo tempo, o jovem pai-de-santo começava a formar sua numerosa prole, iniciando muitos "filhos". Dona Maria José, por exemplo, fez parte de um "barco" de 19 pessoas iniciadas por Joãozinho. É uma façanha lembrada até hoje, porque iniciar tanta gente de uma vez não é para qualquer um.
Por essas e outras características, Joãozinho da Goméia chamava a atenção de pesquisadores famosos da época, como o baiano Edison Carneiro e a americana Ruth Landes, ganhando prestígio rapidamente e despertando polêmicas. Era um homem jovem, numa cultura religiosa dominada por velhas senhoras. Aos 21 anos, ele tinha seu próprio terreiro e havia formado várias filhas-de-santo, a maioria bem mais velha do que ele.

Essa ascensão precoce não era bem-vista no mundo do candomblé, onde a idade avançada é considerada um atributo importante para a escolha dos sacerdotes - e a própria Menininha do Gantois sofreu resistências por causa disso, quando assumiu a chefia do seu terreiro, aos 26 anos de idade. Além disso, Joãozinho batia candomblé da nação Angola, numa cidade em que predominava a cultura jeje-nagô. E ainda incorporava uma entidade com nítida influência indígena: o caboclo Pedra Preta.

O fato é que Joãozinho conseguiu fundar a sua "Goméia do Rio", em Duque de Caxias. "Desde sua chegada ao Rio de Janeiro, Joãozinho foi um verdadeiro promoter do candomblé. Suas atividades religiosas, como as festas de seus orixás, eram muito divulgadas na imprensa, que o promovia ao mesmo tempo em que fazia da Goméia um espaço de encontro não somente para as pessoas do povo-de-santo, mas para os diferentes segmentos sociais que passavam a ler e ter informações sobre o candomblé".

Joãozinho da Goméia possuia laços de amizade e clientes influentes da sociedade carioca; "Conta-se que a sogra de Juscelino (Kubitschek) era ligada a ele", observa Cristiano Henrique. Esperto, o pai-de-santo não negava, nem confirmava, essas relações. Mais do que ninguém, ele sabia da importância do sigilo no seu trabalho.
João da Goméia além de um excelente costureiro, era também um excepcional bailarino e recebeu diversas homenagens do meio artistico como a de Baden Powell e Vinícius de Moraes que dedicaram um samba ao caboclo dele seu "Pedra-Preta". 

Mesmo os babalorixás (pais-de-santo) e ialorixás (mães-de-santo) que não simpatizavam com a sua figura, porém, têm hoje que reconhecer: Joãozinho da Goméia foi o grande responsável pela expansão do candomblé no Sudeste do país, a partir da década de 1950. Ele formou milhares de filhos-de-santo, que criaram novos terreiros em São Paulo e no Rio de Janeiro. Essas casas de candomblé apresentam-se orgulhosamente, ainda hoje, como fazendo parte do "modelo Goméia", ou da "raiz Goméia". A verdadeira Goméia, porém, não existe mais. Depois da morte de Joãozinho, em 1971, tanto o terreiro baiano, no bairro de São Caetano, como o terreiro fluminense, de Duque de Caxias, foram extintos.







:::  NDANJI (raiz) NZO MUSAMBU HONGOLO MENHA:::
BATE FOLHA - Mansu Bandukenke
 (Salvador/ BA)



(Tata Ampumandezu, Mam'etu Samba dia mungu, Mam'etu Tundaceli, Mam'etu Dango)  


Tata Ampumandezu

Manoel Bernardino da Paixão, nasceu em Salvador-BA no ano de 1881. No ano de 1900, foi iniciado para seu Nkisi, na nação Kongo pelo Nganga (sacerdote) Manoel Nkosi, africano iniciado em África Bantu, na região do Kongo. Bernadino recebeu então a dijina de Ampumandezu. 

Após a morte de seu Tat'etu Manoel Nkosi, Bernardino transferiu-se para nzo de sua amiga inseparável Maria Genoveva do Bonfim – Mam’etu Tuhenda Nzambi, mais conhecida como Maria Nenem, que foi nomeada pelo povo baiano, como a “mãe do Angola na Bahia”. Maria Nenem era filha de santo de Roberto Barros Reis, escravo angolano, de propriedade da família Barros Reis, sobrenome pelo qual era conhecido. 


Bate Folha - início 1916
Foi Mam’etu Tuhenda Nzambi (Maria Neném), quem tirou a Maku-ia-Nvumbi (mão do morto) de Tata Ampumandezu em 13 de julho de 1910 e deu sequência em suas obrigações.

Com isso, estava estabelecida a raiz Kongo /Ngola no Brasil, ou melhor, raiz Ngolamuxicongo, pois o Tata Ampumandezu, havia recebido fundamentos das duas nações, Kongo e Ngola, que pertencem ao grande conjunto das regiões da África Bantu. 

Com o passar do tempo, Bernardino já muito famoso, fundou o Candomblé Bate-Folha,  MANSU BANDUKENKE em 1916, situado na Mata Escura, Salvador-BA.

No dia 4 de dezembro de 1929, Bernardino tirou seu primeiro barco, de 03 filhos, cujo Riango(1º Filho da casa) foi João Correia de Mello, que também era de Lembá e Edith Apolinária de Santana, dijina Sambadiamongo, iniciada aos 20 anos.

2o.barco,em 1929, são 7 azenzas usando kelê
  Após sua iniciação, o Sr. João Correia de Mello, passou a ser conhecido como João Lesenge, pois Lesenge era sua dijina, e que futuramente fundaria o Kupapa Unsaba/ RJ.


  O terreno onde está estabelecido o Candomblé do Bate-Folha - Salvador/ BA, possui uma área de 15 hectares, é cercado de árvores centenárias e considerado o maior terreiro do Brasil que, na época, foi presenteado à Bamburusema, sua segunda Divindade, já que o seu primeiro Nkisi era Lembá.

Desta forma fica claro que, pelas origens de Manoel Nkosi, o Bate-Folha é Congo e, mantém o Angola, por parte de Maria Nenem (Mam’etu Tuhenda Nzambi).

Parte interna - Bate Folha
Parte interna 2 - Bate Folha









Em janeiro de 1938, Tata Lesenge migra para a cidade do Rio de Janeiro, e funda o Inzo Kupapa Unsaba. Começa então, uma outra história da nação NGOLAMUXICONGO NO BRASIL...



 

Sukula mbutu Ngola ni Kongo
(Avante nação Angola e Congo!)


Nguzu Kandandu
(Forte abraço!)



Fonte: 
* Imagens da internet
* Candomblé Agora é Angola - Ivete Miranda Previtalli
* Depoimento de Mam´etu Dango de Hongolo
* Páginas web:
- Candomblé Angola - Aldea Yanavizala
- Cultura e Tradição Kongo-Ngola (Bantu)
- wikipedia.org
 





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